segunda-feira, 7 de outubro de 2013

A GRAÇA FAZ-NOS PARTICIPAR DA SANTIDADE DA NATUREZA DIVINO.

(continuação de trechos  de  Matthias Joseph Scheeben :retiradas  do seu magnífico livro intitulado                                                          "As Maravilhas da Graça Divina")


   
  
       A participação da santidade de Deus parece superar a todas as maravilhas da graça, de que temos falado até agora. É grande coisa ser levado acima de toda a natureza, ser revestido do esplendor divino, possuir em germe a felicidade e a imortalidade celestes. Como, entretanto, em Deus nada existe superior á sua santidade, deve a felicidade de dela participar ser ainda maior.

          O Profeta Isaías e o Apóstolo S. João, em seu Apocalipse, apresenta-nos uma imagem grandiosa da majestade divina. Segundo a explicação que dela dá São Cirílio, o trono elevado significa  a soberania de Deus, o jaspe sua paz imutável, o arco-íris sua eternidade, as cadeiras dos vinte e quatro anciães sua sabedoria, as sete lâmpadas, o  governo universal de sua providência, o resplendor e o trono a omnipotência de sua vontade; o mar de cristal, sua imensidade; traz cobertos o rosto e os pés  pela asas dos Serafins para dar-nos a entender sua misteriosa infinidade. Nesta esplêndida plenitude nada impressiona tanto aos Serafins, cobertos os olhos, como sua santidade, pois os deixa ela suspensos de admiração. Assim repetem sem cessar o canto jubiloso: Santo, Santo, Santo, és, senhor. Deus dos Exércitos. Com efeito é Deus chamado frequentemente o Santo de Israel, porque este nome inclui todos os outros. Quando o salmista quer descrever o esplendor da geração eterna do Filho de Deus, diz unicamente que procede ele do Pai, no esplendor da santidade. Todas as outras perfeições de Deus recebem da santidade seu brilho mais transcendente , sua última consagração.

           A santidade significa, com efeito, a mais alta perfeição da essência divina, isto é sua grandeza única, sua excelência e pureza. Toda a criatura tal como procede  das mãos de Deus, é boa. Mesmo sem a graça sobrenatural são as criaturas racionais boas em suas espécies, enquanto não se põem, pelo pecado, em contradição com a sua natureza própria. Esta bondade é entretanto mui limitada, afetada que é de inúmeras imperfeições. Como susceptível de pecado, não fica excluído da separação do  bem supremo. Pelo contrário a bondade divina é absolutamente pura e perfeita: é uma luz, sem obscuridades, sem sombras, uma luz sem mancha. Como Deus é o bem supremo não pode separar-se de sua bondade, como não pode destruir-se a si mesmo. Quando afirmamos ser Deus santo, três vezes santo, manifestamos a propriedade por excelência de sua natureza.

(continua...)

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