sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Aparições de Nossa Senhora em Beauraing

Seu coração iluminado, como um coração de ouro...



No dia 29 de novembro de 1932, Fernanda Voisin – 15 anos −, e seu irmão Alberto  − 11 anos −, foram buscar a irmã Gilberta, de 13 anos, no pensionato administrado pelas Sœurs de la Doctrine Chrétienne de Nancy (Irmãs da Doutrina Cristã de Nancy), junto com sua amiga Andreia Degeimbre, então com 14 anos, e a irmãzinha, Gilberta, então com 9 anos.

Assim que tocou a campainha da porta do Internato, Alberto volta-se, na direção do declive onde se elevavam os pilares de suporte da estrada de ferro e, ao ver uma forma fulgente, semelhante à imagem de Nossa Senhora de Lourdes, exclama: “Olhem para a Virgem! Ela está a passear sobre a ponte!” (...). Em 30 de Novembro, a Santíssima Virgem apareceu-lhes novamente sobre a ponte; e, igualmente, no dia 01 de dezembro (...). A partir do dia 29 de dezembro, eles passaram a ver, entre os braços de Nossa Senhora, seu coração iluminado, como se fosse um coração de ouro.


A Virgem Maria se manifestou, outras tantas vezes, pelo menos trinta vezes, até o dia 3 de janeiro de 1933.

E ela se apresentou dizendo: “Eu sou a Virgem Imaculada, a Mãe de Deus, a Rainha do Céu”. (...): Na última noite, Maria declarou: “Eu converterei os pecadores.” Um dia perguntou à Fernanda: “Você ama o meu Filho? Você me ama?” E, assim, após a resposta positiva da adolescente, Maria disse, finalmente: “Então, vocês devem se sacrificar por mim. Adeus.”

Monsenhor André-Marie Charue, Bispo de Namur, reconheceu o caráter sobrenatural desses fatos, no dia 2 de julho de 1949.


Fonte: Um Minuto com Maria

terça-feira, 12 de novembro de 2013

«Somos servos inúteis»

"Eu que antes era um tosco fugitivo e sem instrução, eu «que não sei prever o futuro», sei, no entanto com certeza uma coisa: é que «antes de ser humilhado» era como uma pedra num profundo lodaçal. Mas Ele veio, «o Todo-poderoso» e, na sua misericórdia, tomou-me; levantou-me bem alto e colocou-me em cima de um muro (Lc 1,49). Por isso devo elevar a minha voz bem alto, para devolver ao Senhor um pouco dos seus benefícios, aqui na terra e na eternidade, benefícios tão grandes que o espirito do homem não os pode contar.

Ficai pois admirados «grandes e pequenos que temeis a Deus» (Ap 19,5); e vós senhores bem-falantes, escutai e examinai atentamente. Quem me suscitou, a mim o insensato, do meio daqueles que passam por sábios, doutores da lei «de palavras poderosas» (Lc 24,19) e de tantas outras coisas (Ecl 4,13)? Quem me inspirou, mais que a outros, a mim, o refugo deste mundo, para «no temor e no respeito» (Heb 12,28) […], fazer lealmente bem ao povo ao qual o amor de Cristo me levou e a quem Ele me deu, para que, se eu for digno disso, O sirva toda a minha vida com humildade e verdade?

É por isso que «segundo a medida da minha fé» (Rom 12,6) na Trindade, devo reconhecer e […] proclamar o dom de Deus e a sua «consolação eterna». Devo propagar, sem medo mas com confiança, o nome de Deus em todos os lugares (Sl 118,67) para, mesmo depois da minha morte, deixar uma herança aos meus irmãos e aos meus filhos, a tantos milhares de homens que baptizei no Senhor."
 São Patrício (c. 385-c. 461)
Monge missionário, Bispo
Confissão, 12-14; SC 249

sábado, 2 de novembro de 2013

PELAS ALMAS DO PURGATÓRIO

Indulgência plenária no dia de finados
 
- Pode-se aplicar só para as almas do purgatório:
 
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No dia 2 de novembro, quando a Igreja comemora o dia de finados, os fiéis católicos que visitarem piedosamente uma igreja ou um oratório podem aplicar indulgência plenária às almas do purgatório.
A indulgência poderá ser conseguida no próprio dia de finados ou, ou com o consentimento do Bispo, no domingo anterior ou posterior, ou na solenidade de Todos os Santos. Esta indulgência está incluída na Constituição apostólica Indulgencia doctrina, na norma número 15.
Para se obter qualquer indulgência plenária são necessárias algumas condições: rezar um Pai Nosso, um credo, uma ave-maria e um Glória pelas intenções do Santo Padre. Além dessas orações pelo Sumo Pontífice, deve ser feita ainda uma confissão sacramental e a comunhão eucarística.
Com uma só confissão sacramental, podem-se ganhar várias indulgências plenárias. Com cada comunhão eucarística e cada oração pelas intenções do Sumo Pontífice pode-se obter uma indulgência plenária.
As três condições podem ser cumpridas alguns dias antes ou depois da execução da obra prescrita: mas convém que a comunhão e a oração pelas intenções do Sumo Pontífice se realizem no mesmo dia em que se cumpre a obra.  O fiel poderá acrescentar em suas orações qualquer outra fórmula, segundo sua piedade e devoção.
 
Vida dos Santos, Padre Rohrbacher, Volume XVIII, p.111 à 118 e 129 à 137
Revista Arautos do Evangelho, Nov/2006, n. 59, p. 34 a 37

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

PODER MARAVILHOSO COM QUE A GRAÇA DESTROI EM NÓS O PECADO MORTAL

(continuação de trechos de Matthias Joseph Scheeben :retiradas do seu magnífico livro intitulado "As Maravilhas da Graça Divina")  

          O primeiro efeito da luz da graça, infundida em nossa alma mediante a justificação, é a destruição da noite atroz do pecado mortal. A graça não somente é fecunda em bens e bênçãos celestes, mas ainda poderosa para afastar o mal. Por isto, a alma adornada pela graça compara-se, no Cântico dos Cânticos, a um exército em ordem de batalha, á cavalaria de Faraó.
         Os remédios contra os males do corpo não se avaliam principalmente  pelo que valem sua substância, seu aroma, seu sabor ou seu aspeto agradável, pois são frequentemente objetos baratos, duros, amargosos, de cheiro desagradável, mas, sim, pelo que contêm de virtude medicinal interno; extraem-se, por isto, das entranhas da terra e do mar, para se transportarem até aos confins do mundo. O remédio da graça, é, já por si, duplamente precioso: antes de tudo contém bens infinitos e celestes, e além disto, sua virtude medicinal vence a morte, a enfermidade, e sobretudo o maior dos males, o único que merece este nome, e que por força alguma pode ser vencido nem no céu, nem na terra.
         Compreendei, pois insensatos: estúpidos, tende inteligência. Vossa cólera, vossa concupiscência enganam-vos miseravelmente, quando vos insinuam, contra as vozes do Espírito Santo, que a pobreza, o sofrimento voluntário ou involuntário, as dores, os insultos, e a própria morte, e não a ofensa a Deus, são verdadeiros males. Somente o pecado não pode ser um bem; tudo o mais pode redundar, em nosso proveito e honra de Deus. Só o pecado não pode provir de Deus; tudo o mais é suscetível de converter-se em objeto de seu amor, de sua estima, e pode ser dispensado por sua mão como insigne benefício. Quando o Filho de Deus, conhecedor perfeito do bem e do mal; veio ao mundo para destruir o mal, para assumir o bem e no-lo comunicar, carregou sobre si pessoalmente os sofrimentos e os desprezos; fez-se em tudo semelhante a nós, exceto no pecado. Era com efeito a única coisa que detestava com toda a alma; para destruí-lo ofereceu sua vida, todo o seu sangue; para afastar este mal, quis carregar todos os males.
          Suposto sejam as outras desgraças verdadeiro mal, comparado com elas entretanto é o pecado maior mal, pois nos priva, para toda a eternidade, do supremo e infinito bem; representa tão pavorosa calamidade que todas as outras diante dela desparecem.
          É ele, além disto, a causa e a origem de todos os males que até ao presente encheram a terra de enfermidades, flagelos, fome e morte, e continuarão enchendo-a para o futuro. As carnificinas da guerra com seus milhões de mortos, as epidemias que despovoaram países inteiros, em uma palavra, todo o sofrimento da terra, desde a queda de Adam, tudo que estamos experimentando, vendo e ouvindo de calamidades, tudo isto é fruto amargo do pecado. Bastou uma só gota de veneno procedente de um único pecado para contaminar e infecionar todo o género humano.
         Um só remédio existe para tão terrível veneno: o Sangue do Homem-Deus, com sua virtude e seu fruto, a graça divina; um mal infinito requer um remédio de poder e eficácia absolutos. Cumpre-nos, por isso, beber, como remédio, o sangue de Cristo; é míster nele purificarmo-nos de nossa impureza. E isto se realiza sempre que recebemos o rio da graça, brotado do lado de Cristo, sempre que nele lavamos nossas faltas, sempre que nele nos saciamos e nos regeneramos. Pelo simples fato de recebermos a graça, convertemo-nos de inimigos em filhos de Deus, podendo, daí por diante, comparecer confiadamente em sua presença, revestidos como estamos do próprio sangue de Cristo em sua justiça e santidade, tornados assim agradáveis ao Pai celeste. Como não pode Deus odiar a seu Filho Primogénito, não pode tão pouco odiar àqueles que, por sua graça, se transformaram em seus membros vivos, portadores de sua imagem. Poderá acontecer odeie um mortal a seu filho e lhe lance continuamente em ... as próprias faltas sem deixar por isso este filho, de ser mesmo tempo seus amigos e suas esposas; vê-se a si próprio neles e os adotou em seu seio, numa união inefavelmente intima.
         Implica o pecado um duplo espeto: afasta o homem seu amor de Deus, e retira Deus o seu do homem; cava-se entre ambos um aterrador abismo. É obra maravilhosa da virtude da graça suprimir este abismo, unindo novamente o homem a Deus, Deus ao homem. Nem este e nem poder algum criado podem transformar uma vontade perversa, de modo a voltar-se de novo para Deus, a fim de abraça-lo com um amor sobrenatural; muito menos são capazes de trazer Deus à alma, fazendo-o estreita-la  em seus braços. Tal maravilha compete unicamente à graça, pois somente ela infunde  em nossos corações o amor  sobrenatural  do Espírito Santo, pelo qual nos unimos outra vez a Deus; no momento oportuno atrai todo o amor do pai celeste a nós, até conseguir olvide ele nossos pecados e considere  nossa alma como amiga e esposa. Grande e admirável, realmente ,a virtude  do remédio da graça! Destroi o mal diante do qual se declaram impotentes todas as forças da terra e do céu, menos o Homem-Deus. Mais admirável ainda nos parecerá quando contemplarmos as indústrias de que usa a graça na realização de sua obra.
         Além disto, nesta cura, não deixa a graça a menor mancha de pecado em nossa alma. Certamente, nem sempre destrói ela as inclinações para o pecado, provenientes de um efeito natural ou de maus hábitos adquiridos, mas retira sempre da alma o que é verdadeiramente mau ou reprovável.
       (continua...)